segunda-feira, 29 de julho de 2013

Cargueiro espacial russo se acopla com sucesso à ISS

A nave de carga russa Progress M-20M se acoplou com sucesso à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) menos de seis horas após ter sido lançada a partir da base de Baikonur (Cazaquistão) em uma viagem expressa que se completou em quatro órbitas ao planeta.

A Nasa informou que o cargueiro, que não é tripulado, completou sua manobra automática de atracamento às 23h26 a 418 quilômetros sobre a costa ocidental da América do Sul.

A nave, que se acoplou ao módulo Pirs, que faz parte do segmento russo da ISS, foi posta em órbita por um foguete russo Soyuz-U lançado a partir da base cazaque.

O cargueiro russo transporta à ISS água, oxigênio, alimentos e combustível, além de equipes para os experimentos que os ocupantes da plataforma orbital realizam.

Além disso, a nave de carga transporta para os tripulantes da estação ferramentas que podem servir para reparar os trajes espaciais, depois que a falha em um deles colocou em risco o passeio espacial do astronauta italiano da Agência Espacial Europeia Luca Parmitano.

Um vazamento de água no capacete do astronauta, que continua sendo investigada e não se conhecem as causas, obrigou a suspensão do passeio espacial.

O último cargueiro lançado no final do mês passado de abril, o Progress M-19M, que se desintegrou na sexta-feira passada na atmosfera ao término de sua missão, demorou dois dias para se acoplar à ISS após ter problemas para abrir uma de suas antenas de aproximação.

Os russos Pavel Vinogradov, Aleksandr Misurkin e Fiodor Yurchikhin, os americanos Chris Cassidy e Karen Nyberg, e o italiano Luca Parmitano integram a atual tripulação a bordo da ISS.

Fonte: Terra

sábado, 27 de julho de 2013

Lançanda nova luz sobre os objetos mais brilhantes do Universo

Os quasares estão entre os objetos mais brilhantes, mais antigos, mais distantes e mais poderosos do Universo.

Concepção artística de ULAS J1120+0641, um quasar alimentado por um buraco negro com uma massa de 2 bilhões de Sóis. Créditos: ESO/M. Kornmesser
Alimentados por buracos negros supermassivos no centro de galáxias gigantescas, os quasares podem emitir enormes quantidades de energia, até mil vezes a produção total das centenas de bilhões de estrelas de toda a nossa Via Láctea.

Astrofísicos da Universidade de Dartmouth, no estado americano de New Hampshire, escreveram um artigo que será publicado na revista The Astrophysical Journal, que relata descobertas baseadas em observações de 10 quasares. Eles documentaram o imenso poder da radiação quasar, que se estende por muitos milhares de anos-luz, até aos limites da galáxia do quasar.

"Pela primeira vez, somos capazes de ver a real extensão em que estes quasares e os seus buracos negros podem afetar as suas galáxias, e vemos que é limitada apenas pela quantidade de gás na galáxia," afirma Kevin Hainline, associado pós-doutorado de pesquisa em Dartmouth. "A radiação excita o gás por todo o percurso até às margens da galáxia e só pára quando já não existe mais gás."

A radiação libertada por um quasar cobre todo o espectro electromagnético, desde ondas de rádio até micro-ondas a baixas frequências, passando por infravermelho, ultravioleta, raios-X, até raios gama de alta frequência. Um buraco negro central, também chamado núcleo galáctico ativo, pode crescer ao engolir material do gás interestelar circundante, libertando energia no processo. Isto leva à criação do quasar, que emite radiação que ilumina o gás presente em toda a galáxia.

"Se pegarmos nesta poderosa e brilhante fonte de radiação no centro da galáxia e detonarmos o gás com a sua radiação, ele é excitado da mesma forma que o néon nas lâmpadas, produzindo luz," afirma Ryan Hickox, professor assistente do Departamento de Física e Astronomia em Dartmouth. "O gás vai emitir frequências muito específicas de luz que só um quasar pode produzir. Esta luz funciona como um rasto que fomos capazes de usar para seguir o gás excitado pelo buraco negro até grandes distâncias."

Os quasares são pequenos em comparação com uma galáxia, como um grão de areia numa praia, mas o poder da sua radiação pode se estender até aos limites galáticos e além.

A iluminação do gás pode ter um efeito profundo, já que o gás que é iluminado e aquecido pelo quasar é menos capaz de entrar em colapso sob a sua própria gravidade e formar novas estrelas. Assim, o minúsculo buraco negro central e o seu quasar podem retardar a formação estelar em toda a galáxia e influenciar a forma como esta cresce e muda ao longo do tempo.

"Isto é emocionante porque sabemos, a partir de um número de argumentos diferentes e independentes, que estes quasares têm um efeito profundo nas galáxias onde vivem," afirma Hickox. "Existe muita controvérsia sobre o modo como realmente influenciam a galáxia, mas agora temos um aspecto da interação que se pode alargar à escala de toda a galáxia. Ninguém tinha visto isso antes."

Hickox, Hainline e co-autores basearam as suas conclusões em observações feitas com o SALT (Southern African Large Telescope), o maior telescópio óptico do Hemisfério Sul. As observações foram realizadas usando espectroscopia, na qual a luz é dividida nos comprimentos de onda que a compõem. "Para este tipo particular de experiência, está entre os melhores telescópios do mundo," afirma Hickox.

Também usaram dados do telescópio espacial WISE (Wide-field Infrared Survey Explorer) da NASA, que fotografou todo o céu no infravermelho. Os cientistas usaram observações no infravermelho porque dão uma medida particularmente fiável da produção total de energia do quasar.

Fonte: Universidade de Dartmouth

Cientistas ligam nº de estrelas em galáxia a sua velocidade de criação

Uma equipe de astrônomos europeus conseguiu relacionar a velocidade em que se encontram estrelas em uma galáxia com seu número total, já que uma intensa geração de astros pode expulsar o gás do qual elas se nutrem para crescer.

O descobrimento foi possível graças às melhores imagens obtidas da galáxia espiral do Escultor, ou NGC 253, a apenas 11,5 milhões de anos-luz do Sistema Solar, nas quais são vistas "esfumaçadas colunas de gás denso e frio fugindo do centro do disco galático", informou hoje o Observatório Europeu do Sul (Eso).

Com o telescópio Alma, situado na região do Atacama (Chile), os especialistas europeus observaram como a formação estelar acelerada pode "arrancar o gás de uma galáxia", produzindo "imagens impactantes que mostram enormes jatos de gás molecular expulsos" a vácuo, como detalha um estudo publicado na revista científica Nature.

"Com a extraordinária resolução e precisão do Alma, podemos ver claramente, e pela primeira vez, concentrações maciças de gás frio expulsas por ondas expansivas de intensa pressão criadas pelas estrelas jovens" afirma Alberto Bolatto, astrônomo da Universidade de Maryland.

"A quantidade de gás que medimos nos dá demonstrações evidentes que algumas galáxias em crescimento lançam mais gás do que absorvem. É possível que estejamos vendo um exemplo atual de algo muito comum que ocorria no universo cedo", acrescentou Bolatto.

Concretamente, os pesquisadores determinaram que estava sendo ejetado gás molecular por uma massa equivalente à de dez vezes a do Sol por ano a uma velocidade de entre 150 mil e 1 milhão de km/h.

A principal consequência disso é que as futuras gerações de estrelas ficam sem o combustível necessário para se formar e crescer. Essa descoberta ajuda a explicar a escassez de galáxias com uma alta densidade de estrelas no universo, algo que causava estranheza à comunidade científica.

Os modelos teóricos criados por computador previam que as galáxias mais antigas e vermelhas deveriam ter muito mais massa e mais estrelas do que se poderia medir na prática.

Fonte: Terra

Nasa divulga foto rara da Terra tirada perto de Saturno

A agência espacial americana divulgou nesta terça-feira uma foto da Terra e da Lua tirada de um ponto de vista inédito, perto de Saturno e de seus anéis, uma imagem única e rara. A foto colorida foi tirada pela sonda Cassini a 1,4 bilhão de quilômetros da Terra, segundo a Nasa.


Rara imagem feita no dia 19 de julho pela lente grande-angular da sonda Cassini mostra os anéis de Saturno com o planeta Terra e a Lua ao fundo: um mesmo ponto brilhante à distância de 1,5 bilhão de quilômetros. Foto: NASA/JPL-Caltech/Space Science Institute / Divulgação
A esta distância, apesar de os anéis de Saturno serem bem reconhecíveis, a Terra é apenas um pequeno ponto de luz ao fundo. A foto foi tirada em 19 de julho passado.

"Esta é a primeira vez que sabíamos de antemão que a Terra seria fotografada a uma distância interplanetária", afirmou a Nasa. "Também é a primeira vez que a resolução da câmera da Cassini registra a Terra e a Lua como dois objetos distintos", acrescentou.

O ângulo pouco comum foi possível graças ao fato de que o Sol estava por trás de Saturno, do ponto de vista da sonda. O planeta bloqueou a maior parte da luz, que, de outro modo, teria sido tão intensa que teria podido danificar o sensor da câmera. A foto foi tirada com uma câmera dos anos 1990 (a sonda Cassini foi lançada em 1997) - nem de perto tão sofisticada quanto os instrumentos ópticos atuais.

"Não se pode ver os continentes ou as pessoas neste retrato da Terra, mas este pequeno ponto azul é um resumo de onde estávamos em 19 de julho", explicou Linda Spilker, cientista da sonda Cassini. "As imagens da sonda Cassini nos recordam que nosso planeta é muito pequeno no Universo", acrescentou.

A nave espacial Cassini foi lançada em 15 de outubro de 1997 para estudar Saturno e seus inúmeros satélites. O aparelho se aproximou do planeta dos anéis em 2004 depois de passar perto de Júpiter.

Fonte: Terra

terça-feira, 23 de julho de 2013

Sonda da Nasa faz imagem da Terra a 1,5 bilhão de km

A Nasa divulgou as primeiras imagens não tratadas da Terra vista a cerca de 1,5 bilhão de quilômetros. O registro foi feito pela sonda Cassini, que orbita Saturno, e fara parte de um mosaico que mostrará o gigante gasoso e o nosso planeta. 






Imagem feita pela sonda Cassini, e ainda não processada pela Nasa, mostra o Sol e a Terra. Foto: NASA/JPL/Space Science Institute / Divulgação
O registro foi feito no dia 19 e chegou à Terra no sábado. Processar a imagem deve levar alguns dias - enquanto o mosaico todo deverá levar semanas, afirma a Nasa. 

Marte sofreu perda precoce da maior parte da atmosfera

Quando era um jovem com menos de 500 milhões de anos, Marte sofreu uma catástrofe que desligou seu campo magnético, deixou-o exposto a fortes ventos solares e o fez perder quase toda a sua atmosfera. Essa é a história mais plausível para a infância do planeta, de acordo com as descobertas mais recentes do jipe-robô Curiosity. 

A conclusão está em dois estudos publicados hoje na revista "Science", que revelam com precisão inédita a composição do ar em Marte. 

Já se desconfiava que o planeta tinha perdido ar no passado, mas ao analisar detalhes na composição de diferentes gases, cientistas se deram conta de que a erosão atmosférica inicial foi muito mais brusca do que se pensava, e só depois se amainou. 

Após nascer com uma atmosfera espessa, com pressão centenas de vezes maior que a da Terra, Marte rapidamente perdeu quase todo seu ar e se tornou, talvez, parecido com nosso planeta. A erosão continuou, porém, e hoje o ar marciano é tão rarefeito que sua pressão é de menos de um centésimo daquela na superfície terrestre. 

Os cientistas conseguiram deduzir esse histórico de perda de atmosfera porque os átomos mais leves de um gás se concentram no alto da atmosfera, e o vento solar os empurra para fora do planeta com mais facilidade. A proporção de gás argônio com peso atômico 36 para o argônio com peso atômico 40, por exemplo, era maior antes de a atmosfera sofrer erosão. 

Cientistas ainda debatem o que pode ter causado essa perda de atmosfera tão brusca, e isso deve ter a ver com o campo magnético do planeta, que dependia de um fluxo de magma em seu interior. Caso esse magma tenha se solidificado, o magnetismo se esvaiu e deixou o planeta exposto ao vento solar, que era mais forte naquela época. Outra hipótese é a de uma grande colisão ter desestabilizado o fluxo de magma. 

Para Paul Mahaffy, líder de um dos estudos, impactos com asteroides e cometas podem ter dado conta de afinar a antiga atmosfera marciana. 

A missão do Curiosity é investigar a possibilidade de Marte ter tido condições favoráveis à vida no passado, mas ainda não está claro se a história da perda precoce da atmosfera do planeta é notícia boa ou ruim para isso. 

Certamente, não é um impeditivo, pois ao menos durante algum tempo a pressão atmosférica do planeta foi adequada para manter água líquida, cujo fluxo deixou sinais em rochas. "A questão é quanto tempo essa água durou", disse Mahaffy à Folha. "É plausível que ela tenha persistido bastante tempo sob uma atmosfera não tão pesada quanto a inicial." 

Chris Webster, líder do outro estudo da Nasa que sai hoje, se diz otimista. Mesmo que a atmosfera de Marte tenha sido reduzida a um décimo do tamanho original logo no início, diz, ela ainda teria um valor razoável, e só ao longo do tempo teria sido encolhida para o valor atual. 

"Houve um período em que a atmosfera de Marte era similar à nossa, e havia água líquida", diz. "É preciso levar em conta, claro, que a superfície de Marte é muito cruel, com muita radiação ultravioleta, mas abaixo da superfície há a possibilidade de ter havido um monte de ingredientes necessários à vida." 

Essas condições amenas, porém, estariam com os dias contados, pois o fim do campo magnético de Marte o levaria a continuar a perder atmosfera e pressão. 

Em novembro, a Nasa enviará a Marte a sonda Maven, que vai investigar a atual taxa de perda atmosférica. 

Fonte: Terra

sábado, 20 de julho de 2013

Um grande salto para a humanidade: primeiro passo na Lua completa 44 anos

Há exatos 44 anos, em 20 de julho de 1969, o astronauta americano Neil Armstrong tornou realidade o sonho mais antigo das civilizações humanas quando se converteu no primeiro homem a caminhar na Lua. 


Neil Armstrong fotografou Buzz Aldrin descendo a escada do Módulo Lunar para também dar seus primeiros passos na Lua. Foto: Getty Images
Enquanto 500 milhões de pessoas em torno do mundo esperavam ansiosamente aglomeradas junto a rádios e telas de televisão de imagem borrada, Armstrong desceu a escada do módulo sobre a superfície lunar. 

"Este é um pequeno passo para um homem, mas um grande salto para a humanidade", recitou Armstrong com a voz levemente distorcida pela distância e pelos equipamentos de comunicação, uma frase que ficaria gravada para sempre nos livros de história da Terra. 

As multidões ovacionaram o momento quando Armstrong foi alcançado por seu companheiro Buzz Aldrin, que descreveu a "magnífica desolação" da paisagem lunar, nunca antes testemunhada em primeiro plano vista da Terra. Apenas 12 terráqueos caminharam desde então pela superfície da Lua, o solitário e misterioso satélite da Terra que alimentou nossos sonhos desde que os primeiros humanos caminharam sobre o planeta. 

Em plena Guerra Fria, o programa Apollo foi usado para provar o domínio americano na corrida espacial. Colocar uma bandeira dos Estados Unidos na superfície da Lua em 1969 marcou pontos muitos importantes em relação à União Soviética. O programa Apollo, que tornou possível seis alunissagens bem sucedidas entre 1969 e 1972, começou oito anos antes, em 1961, quando o presidente John F. Kennedy lançou o desafio ao Congresso de levar o homem à Lua ainda naquela década. 

"Creio que esta nação deve se comprometer em alcançar a meta, antes de terminar esta década, de aterrissar o homem na Lua e trazê-lo de volta à Terra sem perigo", disse então Kennedy. Foi aí que os EUA desenvolvem o programa Apollo, que transformou-se em uma arma bem sucedida na prova de domínio na corrida espacial que culminou com os passos do americano Neil Armstrong na lua durante a missão Apollo 11, em 1969. 

A União Soviética foi a primeira nação a colocar um satélite em órbita, em 1957, com o lançamento do Sputnik e, em 1961, Yuri Gagarin se converteu no primeiro homem a viajar ao espaço. A corrida espacial se converteu no símbolo da batalha da Guerra Fria pelo domínio entre ideologias enfrentadas e poderes mundiais polarizados. 

Em 1970, meses depois das alunissagens, o dissidente soviético Andrei Sakharov escreveu, em uma carta aberta ao Kremlin, que a capacidade dos Estados Unidos de colocar um homem na Lua provou a superioridade de uma democracia. Graças à crescente prosperidade dos Estados Unidos e seus êxitos científicos e técnicos, o país colocou rapidamente em marcha o programa Apollo. 

Mas a conquista da Lua não foi o único resultado da corrida espacial. Muitos dos avanços tecnológicos que desfrutamos hoje - como a comunicação mundial instantânea, via satélite e o uso de computadores pessoais - foram criados na época durante pesquisas de aprimoramento das missões espaciais. 

Fonte: Terra

Nasa tira foto simultânea da Terra e de Saturno e convida todos a 'participar'

A Agência Espacial americana (Nasa) vai tirar nesta sexta-feira uma foto simultânea de Saturno e da Terra e convidou pessoas do mundo todo a "participar" do evento.

A sonda espacial Cassini, situada na órbita de Saturno desde 2004, vai fotografar esse planeta na sexta, entre 21h27 e 21h47 GMT (18h27 e 18h47 de Brasília), no momento em que Saturno será iluminado por trás pelo Sol. O objetivo da operação é contribuir para o estudo da forma dos anéis de poeira de Saturno.

"A Terra terá apenas o tamanho de um pixel visto da Cassini (...) mas isso dá aos habitantes da Terra a oportunidade de ver com o quê seu planeta se parece (visto) de Saturno", explicou Linda Spilker, cientista associada do projeto Cassini do Laboratório da Nasa, em Pasadena, Califórnia.

"E esperamos que vocês participem, saudando Saturno da Terra para que possamos celebrar este momento em particular", completou.

A sonda Messenger, que busca possíveis satélites naturais ao redor do planeta Mercúrio, vai tirar outra foto da Europa, do Oriente Médio e da Ásia Central na sexta e no sábado, às 11h49, 12h38 e 13h41 GMT (8h49, 9h38 e 10h41 de Brasília) cada um desses dias. A Nasa publicará as fotos na semana que vem.

Fonte: Terra

Sonda da Nasa vai tirar foto da Terra a 1,5 bilhão de km

Duas sondas da Nasa, uma que observa Saturno e outra, Mercúrio, estão manobrando para tirar fotos da Terra. A primeira estará a 1,5 bilhão de quilômetros do nosso planeta quando fizer o registro. A agência espacial americana encoraja os entusiastas a acenar para Saturno e compartilhar suas fotos em redes sociais. 


Simulação mostra como deve ser a vista da Cassini ao fazer o registro da Terra a partir de Saturno. Foto: Nasa/JPL-Caltech / Divulgação
O registro de Saturno será feito entre 6h27 e 6h42 (de Brasília) da sexta-feira. A Nasa pede que os fãs de astronomia e o público em geral acenem para o planeta e compartilhem a imagem em uma página da Nasa no Flickr ou no Twitter com a hastag #waveatsaturn. 

O registro na verdade será parte de um mosaico de fotos feito pela sonda Cassini que mostrará o sistema de Saturno (planeta e luas) iluminado pelo Sol. Processar a imagem da Terra deve levar alguns dias - enquanto o mosaico todo deverá levar semanas, afirma a Nasa. 

No caso da sonda Messenger, que orbita Mercúrio, os cientistas notaram que quando ela ia fazer uma busca por possíveis satélites naturais do planeta, entre 19 e 20 de julho, a Terra deve aparecer nas imagens. Os registros devem ocorrer entre 8h49 e 9h38 e também entre 10h41 e 12h49, em ambos os dias. 

Ao contrário da sonda em Saturno, a Messenger deve ser capaz de registrar regiões iluminadas da Terra, incluindo Europa, Oriente Médio e Ásia Central. As imagens feitas de Mercúrio também devem levar alguns dias para serem processadas. Mais informações, em inglês, no site http://saturn.jpl.nasa.gov/waveatsaturn. 

Fonte: Terra

Colisão de estrelas cria o equivalente a 10 Luas em ouro

Cientistas registraram uma explosão de raios gama após a colisão de duas estrelas de nêutrons. O resultado do efeito cataclísmico foi a criação de diversos elementos - foi ejetado o equivalente a 100 vezes a massa do Sol em material.


Concepção artística mostra a colisão das estrelas de nêutrons. Foto: Dana Berry, SkyWorks Digital, Inc. / Divulgação
Entre essa gigantesca quantidade de matéria, muito ouro - os cientistas estimam que 10 vezes a massa da Lua do metal. O estudo foi divulgado na revista Astrophysical Journal Letters nesta quarta-feira.

Ao contrário de elementos mais comuns, como carbono ou ferro, o ouro não é criado dentro das estrelas. Para isso, são necessários eventos mais extremos. No caso registrado, duas estrelas de nêutrons - o núcleo que sobrou de duas estrelas que explodiram como supernova - colidiram, o que levou a uma explosão de raios gama. Diversos elementos foram criados, entre eles o metal.

"Nós estimamos que a quantidade de ouro produzida e ejetada durante a colisão das duas estrelas de nêutrons foi grandes como 10 massas lunares", diz o autor principal do artigo, Edo Berger, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian (EUA). A explosão ocorreu a 3,9 bilhões de anos da Terra - uma das mais próximas já registradas - e foi vista pelo satélite Swift, da Nasa, em 3 de junho. Ela durou menos de dois décimos de segundo.

"Parafraseando Carl Sagan, somos todos produtos das estrelas, e nossas joias são produtos de colisões de estrelas", diz Berger.

Fonte: Terra

terça-feira, 16 de julho de 2013

Apollo 11: nave que levou o homem à Lua foi lançada há 44 anos

Em 16 julho de 1969, deixava a Terra o ônibus espacial da missão que transformou em realidade um dos sonhos mais antigos da humanidade: a chegada do homem à Lua. Há exatos 44 anos, a nave foi lançada do Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida, na ponta do foguete Saturno V.


O lançamento da Apollo 11 deu início à missão que levou o primeiro homem a pisar na Lua. Foto: Getty Images
Quatro dias depois, o Módulo Lunar pousou próximo ao Mar da Tranquilidade, na superfície do satélite da Terra. O feito, realizado pelo astronauta americano Neil Armstrong seguido do seu colega de missão Buzz Aldrin, no dia 20 de julho daquele ano, ficou marcado na história.

A espaçonave Apollo tinha três partes: o módulo de comando, a única parte que voltou à Terra; o módulo de serviço, que continha propulsor, sistema elétrico, oxigênio e água; e o módulo lunar, utilizado para pousar na Lua. Apesar de ser tripulada por três astronautas, a missão foi dividida de forma que Michael Collins permanecesse no módulo de comando, na órbita lunar, enquanto Buzz Aldrin e Neil Armstrong pousassem na Lua com o Módulo Lunar.

A Apollo 11, projetada pela agência espacial americana (Nasa) foi uma das sete missões - de um total de 17 do Programa Apollo - que conseguiu levar o homem à Lua. Após a Apollo 11, o programa fez outros cinco bem sucedidos desembarques na Lua entre 1969 e 1972. Ao total, 12 homens pisaram na superfície lunar, todos americanos.

domingo, 14 de julho de 2013

Hubble revela pela primeira vez a verdadeira cor de exoplaneta

Astrônomos determinaram pela primeira vez a verdadeira cor de um planeta na órbita de uma estrela diferente do Sol. Se visto por olhos humanos, o planeta conhecido como HD 189733b seria de um profundo azul cobalto - parecido com as cores da Terra quando vista do espaço. As semelhanças, porém, acabam por aí.

Impressão artística do planeta azul HD 189733b mostra cores que lembram a Terra. Foto: NASA, ESA, M. Kornmesser / Divulgação
Esse planeta extrassolar azul é um gigante gasoso que orbita muito próximo de sua estrela. A atmosfera ali é abrasadora, com uma temperatura que ultrapassa os 1000 ºC, e lá chove vidro - em partículas de silicato condensado carregadas por ventos de 7 mil quilômetros por hora.

À distância de 63 anos-luz da Terra, esse mundo alienígena é um dos exoplanetas mais próximos de nós que pode ser visto cruzando sua estrela. O HD 189733b tem sido intensivamente estudado pelo Hubble e outros telescópios, e astrônomos descobriram que sua atmosfera é muito variável e exótica, com nevoeiros e violentas erupções. Agora, o planeta foi alvo de um estudo que determinou de maneira inédita a cor visível de um exoplaneta.

"Esse planeta foi bem estudado no passado, mas medir sua cor é algo realmente novo - podemos imaginar de verdade como esse planeta seria se fôssemos capazes de vê-lo diretamente", afirmou Frédéric Pont, da Universidade de Exeter, autor do estudo que será publicado na edição de agosto da revista Astrophysical Journal Letters.

A cor azul desse planeta não é derivada do reflexo de um oceano tropical, mas se deve à turbulenta atmosfera que, acreditam os cientistas, está misturada com partículas de silicato que dispersam luz azul. Para determinar como seria o planeta aos olhos humanos, os astrônomos mediram quanta luz era refletida da superfície do HD 189733b - uma propriedade conhecida como "albedo".

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Astrônomos registram estrela com 500 vezes a massa do Sol na Via Láctea

Astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) divulgaram nesta quarta-feira a melhor imagem já obtida de uma estrela gigantesca em formação no interior de uma nuvem escura.

Imagem obtida pelo telescópio Alma revela embrião de uma estrela considerada "monstruosa". Foto: ALMA (ESO/NRAJ/NRAO)/NASA/Spitzer/JPL-Caltech/GLIMPSE / Divulgação
Ali foi descoberta uma espécie de útero estelar com cerca de 500 vezes a massa solar - o maior encontrado até hoje na Via Láctea - que ainda está crescendo. A estrela embrionária se alimenta do material que cai para o interior da nuvem e deve se tornar uma estrela muito brilhante, com até 100 massas solares, segundo os cientistas.

As estrelas mais brilhantes e de maior massa da nossa galáxia são formadas no interior de nuvens escuras e frias, em um processo ainda envolto em mistério. Uma equipe internacional de astrônomos utilizou o telescópio Alma para fazer uma ecografia em micro-ondas para obter uma ideia mais clara sobre a formação dessa estrela gigantesca, localizada a cerca de 11 mil anos-luz de distância da Terra, em uma nuvem conhecida como Nuvem Escura de Spitzer.

“As observações nos permitiram ver pela primeira vez em profundidade o que se passa no interior desta nuvem,” afirmou o pesquisador Nicolas Peretto. “Queríamos ver como é que estrelas monstruosas se formam e crescem, e conseguimos! Uma das fontes que encontramos é uma verdadeira gigante - o maior núcleo protoestelar alguma vez encontrado na Via Láctea.”

Este núcleo - o "útero" da estrela embrionária - tem mais de 500 vezes a massa do nosso Sol serpenteando no seu interior. E as observações mostram que muito mais matéria ainda está sendo adicionada, aumentando essa massa ainda mais. Todo este material vai eventualmente colapsar para formar uma estrela jovem que poderá atingir as 100 massas solares - um "monstro" muito raro.

“Embora soubéssemos já que esta região era uma boa candidata a uma nuvem a formar estrelas de grande massa, não esperávamos encontrar uma estrela embrionária tão grande no seu centro,” diz Peretto. “Pensa-se que este objeto formará uma estrela que pode atingir as 100 massas solares. De todas as estrelas da Via Láctea, apenas cerca de uma em cada 10 mil atinge este tipo de massa!”

Essas observações foram obtidas durante a fase de ciência preliminar do telescópio, quando era utilizada apenas um quarto da rede total de antenas. A descoberta apoia fortemente a teoria do colapso global para a formação de estrelas de grande massa, em vez da da fragmentação.

Fonte: Terra

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Nasa quer achar sinais de vidas passadas em Marte a partir de 2020

O próximo veículo robótico que vai explorar Marte em 2020 deverá investigar de forma intensa a superfície do planeta em busca de sinais de vidas passadas, de acordo com técnicos da Agência espacial americana (Nasa).


Concepção artística do futuro equipamento que será enviado a Marte em 2020. Foto: Divulgação/Nasa
Eles falaram nesta terça-feira (9) após apresentarem um relatório, preparado durante cinco meses, que contém propostas para o próximo veículo marciano.

A missão poderá utilizar pela primeira vez equipamentos de análise microscópica, recolher as primeiras amostras de rochas para um possível regresso à Terra e fazer testes com os recursos naturais do planeta para uma possível utilização deles no futuro.

A missão Marte 2020 vai se basear no trabalho realizado pelo jipe Curiosity, que explora o planeta desde 2012 e já encontrou sinais de ambientes com potencial para serem habitados.
Segundo Jim Green, diretor da Divisão de Ciências Planetárias da Nasa, a missão será “um grande passo para buscar sinais de vida”.

O veículo poderá recolher cerca de 31 amostras que poderão ser enviadas à Terra, o que representa, na opinião de Jack Mustard, professor da Universidade Brown, “um legado para a compreensão do desenvolvimento da habitabilidade do planeta”, explicou.

A Nasa ainda não desenvolveu uma tecnologia própria para trazer amostras à Terra, sem alterar o seu conteúdo.

Fonte: Terra

Será que Andrômeda já colidiu com a Via Láctea há 10 bilhões de anos?

Há já muitos anos que os cientistas acreditam que a nossa Galáxia, a Via Láctea, vai colidir com a sua vizinha, a Galáxia de Andrômeda, daqui a cerca de 3 bilhões de anos, e que essa será a primeira vez que tal colisão ocorrerá.


Diagrama esquemático que mostra como a Galáxia de Andrômeda (em baixo, à direita), colidiu com a Via Láctea (na intersecção dos eixos) há 10 bilhões de anos, moveu-se até uma distância máxima de mais de 3 milhões de anos-luz e está agora se aproximando da nossa Galáxia novamente. A linha mostra o percurso de Andrômeda em relação à Via Láctea.
Mas uma equipe europeia de astrônomos, liderada por Hongsheng Zhao da Universidade de St. Andrews, propõe uma ideia muito diferente; que os dois Universos-ilha já colidiram no passado, há cerca de 10 bilhões de anos, e que a nossa compreensão da gravidade está fundamentalmente errada. Notavelmente, isto explicaria perfeitamente a estrutura observada das duas galáxias e dos seus satélites, algo que tem sido difícil explicar até agora. O Dr. Zhao apresentou o seu novo trabalho numa reunião da Sociedade Astronômica Real em St. Andrews, Escócia.

A Via Láctea, composta por cerca de 200 bilhões de estrelas, faz parte de um grupo de galáxias chamado Grupo Local. Os astrofísicos frequentemente teorizam que a maioria da massa do Grupo Local é invisível, constituída pela chamada matéria escura. A maioria dos cosmólogos acreditam que em todo o Universo, esta matéria supera a matéria "normal" por um fator de cinco. A matéria escura tanto em Andrômeda como na Via Láctea torna a interação gravitacional entre as duas galáxias forte o suficiente para superar a expansão do Cosmos, de modo que estão movendo-se na direção uma da outra a cerca de 100 km/s, rumo a uma colisão que ocorrerá daqui a 3 bilhões de anos.

Mas este modelo é baseado no modelo convencional da gravidade desenvolvido por Newton e modificado por Einstein há um século atrás, e esforça-se por explicar algumas propriedades das galáxias que vemos ao nosso redor. O Dr. Zhao e a sua equipe argumentam que, atualmente, a única maneira de prever com sucesso a força gravitacional de qualquer galáxia ou pequeno grupo galáctico, antes de medir o movimento das estrelas e do gás, é fazer uso de um modelo proposto pela primeira vez pelo professor Mordehai Milgrom do Instituto Weizmanne, em Israel, em 1983.

Esta teoria modificada da gravidade (MOND ou Modified Newtonian Dynamics) descreve como a gravidade se comporta de forma diferente em escalas maiores, divergindo das previsões feitas por Newton e Einstein.

O Dr. Zhao e colegas usaram esta teoria pela primeira vez para calcular o movimento do Grupo Local de galáxias. O seu trabalho sugere que a Via Láctea e a Galáxia de Andrômeda tiveram um encontro há cerca de 10 bilhões de anos. Se a gravidade está em conformidade com o modelo convencional em escalas maiores, então tendo em conta a suposta atração gravitacional adicional da matéria escura, as duas galáxias teriam se fundido.

"A matéria escura age como mel: num encontro próximo, a Via Láctea e a Galáxia de Andrômeda ficariam 'coladas' uma à outra, figurativamente falando," afirma o membro da equipa professor Pavel Koupa da Universidade de Bona, Alemanha. "Mas se a teoria de Milgrom está certa," afirma o colega Dr. Benoit Famaey (Observatório Astronômico de Estrasburgo)," então não existem partículas escuras e as duas grandes galáxias poderiam simplesmente ter passado uma pela outra, atraindo assim matéria uma da outra através da formação de grandes e finos braços de marés."

Formariam-se então pequenas novas galáxias nestes braços, "um processo frequentemente observado no Universo atual," acrescenta o membro da equipe Fabian Lueghausen, também de Bona. O Dr. Zhao explica: "A única maneira de explicar como as duas galáxias poderiam passar perto uma da outra sem se fundirem é se a matéria escura não estiver lá. As evidências observacionais de um encontro próximo passado, então, apoiam fortemente a teoria Milgromiana da gravidade."

Uma assinatura deste gênero pode já ter sido descoberta. Os astrônomos esforçam-se para compreender a distribuição das galáxias anãs em órbita tanto da Via Láctea como de Andrômeda. As galáxias anãs podem ser explicadas se nascerem de gás e estrelas arrancadas das duas galáxias-mãe durante o seu encontro próximo.

Pavel Kroupa vê isto como a "arma fumegante" para a colisão. "Dado o arranjo e o movimento das galáxias anãs, não vejo como qualquer outra explicação funcionaria," comenta. A equipe pretende agora modelar o encontro usando a dinâmica Milgromiana.

No novo modelo, a Via Láctea e Andrômeda ainda vão colidir novamente nos próximos bilhões de anos, mas vai ser um "deja vu". E a equipe acredita que a sua descoberta tem consequências profundas na nossa compreensão atual do Universo. Pavel Kroupa conclui: "Se estivermos certos, a história do Cosmos terá que ser reescrita do zero."

Fotos e ângulos diferentes revelam os 'segredos' do Sol

Diferentes técnicas fotográficas e ângulos mostram alguns dos "segredos" do Sol, o astro soberano do nosso sistema. Em algumas das imagens, o Sol é visto com poucas mudanças em relação à sua observação mais comum, a olho nu. 


Apesar de seu aspecto por vezes monótono, o Sol é uma estrela dinâmica e de grande beleza. Uma análise dos diferentes comprimentos de onda da luz produzida pelo Sol revela processos e camadas bastante distintos. Foto: Nasa / Divulgação
Mas câmeras especiais que captam luz ultravioleta revelam detalhes que escapam aos olhos. Assim, é possível perceber detalhes, como manchas e variações de temperaturas que podem ultrapassar 1 milhão de graus Celsius. 

Ângulos diferentes também mostram como o Sol é visto do espaço, inclusive com detalhes de como as massas solares afetam o campo magnético da Terra, produzindo, por exemplo, o fenômeno da aurora. 

Fonte: Terra

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Espaço será destino turístico em 5 anos e dará origem a novo mercado

Tomar um refrigerante em um hotel lunar com vista para a Terra será possível em menos de 20 anos, segundo especialistas em turismo espacial, um novo ramo comercial que levanta questões típicas de histórias de ficção científica que ainda precisam de respostas baseadas em fatos reais.

Em meia década já será uma moda entre mais ricos experimentar a gravidade zero e tirar fotos da Terra no espaço. Foto: AP

O fundador da Space Tourism Society, John Spencer, disse à Agência Efe que a exploração econômica da órbita terrestre e dos corpos celestes próximos é inevitável. O que ainda não foi estabelecido é como a expansão humana pelo sistema solar será administrada.

Em meia década já será uma moda entre mais ricos experimentar a gravidade zero e tirar fotos da Terra a bordo de um voo da Virgin Galactic ou da SpaceX. Além disso, haverá uma estação orbital de uso turístico que será construída pela Bigelow Aerospace.

"Daqui a seis ou sete anos teremos o primeiro hotel no espaço com capacidade para 40 pessoas. Na próxima década, retornaremos à Lua e cinco anos mais tarde um hotel será construído lá", explicou Spencer.

Nessa época, a Planetary Resources estará perfurando algum dos 1,5 mil asteroides que orbitam regularmente próximos à Terra em busca de água e minerais, e saltos estratosféricos como o de Felix Baumgartner serão um novo tipo de esporte radical.

Os cruzeiros espaciais, as corridas de carros pela Lua, e a colonização de Marte parecem tecnicamente possíveis, mas fazer é mais fácil do que conseguir manter.

Para que estes avanços deem origem a um lucrativo mercado será necessária uma rede de serviços atualmente inexistente que facilite, entre outras coisas, que um hóspede lunar possa pagar uma bebida ou um passeio a uma cratera, responder e-mails e atualizar o perfil do Facebook.

"Qual é o endereço IP do espaço?", questiona em voz alta o diretor de comunicações do PayPal, Anuj Najjar, em entrevista à Efe sobre a iniciativa PayPal Galactic, apresentada oficialmente pela empresa, pertencente a eBay, em um evento na sede do Instituto SETI, na Califórnia.

O PayPal Galactic surge, segundo seus idealizadores, para fomentar um debate público que permita solucionar os desafios de fazer negócios fora do planeta.

"As perguntas são muitas e complexas para uma companhia possa respondê-las sozinha", disse Najjar. Ele acrescentou que o modelo de pagamentos do PayPal poderia ser utilizado no espaço se houvesse a infraestrutura adequada.

A Space Tourism Society e o SETI também apoiam o projeto do PayPal que ainda precisa do envolvimento de organismos internacionais e de países dispostos a fixar um marco regulador das atividades espaciais.

"Os governos se organizam, normalmente, no âmbito de fronteiras nacionais, mas discutimos desafios aos quais esses limites não se aplicam. Talvez os governos não sejam um modelo adequado, e devamos pensar em algum tipo de ONG", sugeriu Jill Tarter, diretor do SETI.

Tarter esclareceu que, no SETI, apenas um pequeno grupo de cientistas se dedica à busca de sinais alienígenas. A maioria deles são astrobiólogos que pesquisam a existência de vida no universo de maneira multidisciplinar, característica com a qual a iniciativa do PayPal Galactic se identifica.

"Acho que teremos que começar a pensar em algo equivalente à Teoria Especial da Relatividade de Einstein para as finanças e em como definimos o tempo quando nem todos estiverem na Terra, atual marco de referência", comentou a astrônoma cuja carreira inspirou a personagem de Jodi Foster no filme "Contato" (1997).

"Uma coisa é certa: não haverá dinheiro no espaço", afirmou Najjar que também não dúvida de que "o sistema bancário terá que ser adaptado" ao novo contexto. Isso poderia levar à criação de uma divisa específica, como os créditos imperiais de "Guerra nas Estrelas", os federais de "Jornada nas Estrelas" ou os cubits de "Galactica: Astronave de Combate".

Fonte: Terra

Estudo: galáxias "devoram" matéria ao redor para se formar

Cientistas do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) conseguiram observar uma galáxia no processo de absorção de gás do exterior, a melhor evidência direta obtida até o momento para sustentar as teorias existentes sobre sua formação.


Impressão artística mostra uma galáxia a "apenas" dois bilhões de anos após o Big Bang durante o processo de absorver matéria ao seu redor. Foto: Divulgação
As observações, feitas com o telescópio VLT que fica no deserto do Atacama (Chile), reforçam as teorias que defendem que as galáxias atraem e "consomem" matéria próxima para possibilitar a formação estelar e impulsionar a própria rotação.

O objeto de estudo, que deu origem a conclusões publicadas nesta quinta-feira em um artigo na revista Science, foi um estranho alinhamento entre uma galáxia distante e um quasar - núcleo brilhante alimentado por um buraco negro supermassivo.

"Este tipo de alinhamento é muito incomum e nos permitiu fazer observações únicas", explicou o autor principal do artigo, Nicolas Bouché, em comunicado divulgado pelo ESO, sediado em Garching (Alemanha).

A luz do quasar atravessa o material que rodeia a galáxia antes de chegar à Terra, o que faz com que seja possível explorar de forma detalhada as propriedades do gás que se encontra no entorno da galáxia.

"Estes novos resultados nos oferecem a melhor visão obtida até o momento de uma galáxia em pleno processo de 'ingestão'", ressaltou o ESO.

Durante o processo de criação de novas estrelas, as galáxias esgotam rapidamente suas reservas de gás, que, por isso, deve ser reposto gradualmente para que a atividade possa continuar.

O coautor do artigo, Michael Murphy, garantiu que as propriedades deste gás são exatamente as que os cientistas esperavam encontrar, já que se movimenta como supunham, além de estar presente nas quantidades e composição corretas estipuladas nos modelos previamente desenvolvidos.

Fonte: Terra

Pode haver vida em 60 bilhões de exoplanetas na Via Láctea, diz estudo

Apesar de apenas alguns exoplanetas potencialmente habitáveis terem sido detectados até hoje, cientistas afirmam que o universo deve estar repleto de mundo alienígenas capazes de abrigar vida.



Ilustração mostra uma simulada cobertura de nuvens (em branco) sobre um planeta (azul) orbitando uma estrela anã-vermelha: condições podem ajudar sistema a abrigar vida ao gerar calor. Foto: Jun Yang / Divulgação
A Via Láctea sozinha pode ter 60 biliões desses planetas em torno de estrelas anãs-vermelhas, conforme aponta uma nova estimativa.

Baseando-se em informações do "caçador de planetas" Kepler, telescópio espacial utilizado pela Nasa - a agência espacial americana - para a busca de exoplanetas, cientistas calcularam que deve haver um planeta do tamanho da Terra na zona habitável de cada anã-vermelha, o tipo de estrela mais comum. Agora, porém, um grupo de pesquisadores dobrou essa estimativa, depois de considerar que a cobertura de nuvens pode ajudar um mundo alienígena a sustentar formas de vida.

"As nuvens provocam aquecimento e tornam a Terra mais fria", afirmou em um comunicado o cientista Dorian Abbot. "Elas refletem a luz do Sol para esfriar as coisas, e absorvem radiação infravermelha da superfície para fazer o efeito estufa. Isso é parte do que torna o planeta quente o suficiente para abrigar vida", disse o pesquisador da Universidade de Chicago.

A zona habitável é definida como a região onde o planeta conta com temperatura adequada para conservar água em estado líquido na superfície - o que, segundo se entende, é uma condição necessária para o desenvolvimento das formas de vida como as conhecemos. Se o planeta está muito distante de sua estrela, a água congela; se está muito próximo, a água evapora. Como as anãs-vermelhas são mais escuras e frias que o nosso sol, sua zona habitável é mais "aconchegante" que a do Sistema Solar.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Votação online define nomes das novas luas de Plutão: Cérbero e Estige

A União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês) anunciou nesta terça-feira que Kerberos e Styx (Cérbero e Estige, em português) foram oficialmente reconhecidos como os nomes da quarta e quinta luas de Plutão, descobertas em 2011 e 2012.

Plutão e suas cinco luas: as já conhecidas Caronte, Nix e Hidra, e as novas Cérbero e Estige. Foto: NASA, ESA / Divulgação
Os nomes foram submetidos à IAU pelo líder da equipe responsável pela descoberta, que pediu ajuda ao público para definir os nomes em uma votação aberta que atraiu grande número de participantes.

A união dos astrônomos informou nesta terça-feira que reconheceu oficialmente os nomes das luas, que até então eram conhecidas como P4 e P5. Os nomes propostos foram endossados pela população em uma votação que solicitou ao público sugestões de nomes para as duas luas descobertas recentemente. Ambas se somam às outras três que orbitam o mais conhecido planeta anão do Sistema Solar.

As novas luas foram descobertas durante observações do sistema de Plutão feitas com o telescópio Hubble. O anúncio aumenta de três para cinco o número conhecido de satélites naturais do planeta anão. Kerberos fica entre as órbitas de Nix e Hidra, duas luas maiores encontradas pelo Hubble em 2005. Styx fica entre Caronte e Nix. Ambas têm órbitas circulares, presumivelmente no mesmo plano de outros satélites no sistema.

Curiosamente, os dois nomes estão relacionados ao inferno, conforme representado na mitologia grega. Cérbero era um cão de três cabeças que guardava a entrada de Hades - onde as almas entravam para nunca mais sair. Estige era um dos rios por onde navegava Caronte, o barqueiro do inferno - que dá nome a outra das lua de Plutão. Esses personagens são proeminentes no Inferno, de Dante, primeira parte da obra-prima Divina Comédia.

Fonte: Terra

Descobertos primeiros planetas em trânsito em um aglomerado estelar

Todas as estrelas começam as suas vidas em grupos. A maioria, incluindo o nosso Sol, nascem em grupos pequenos que rapidamente se desfazem. Outros formam-se em agrupamentos enormes e densos que sobrevivem por bilhões de anos como aglomerados estelares.

Imagem telescópica de NGC 6811. Crédito: Anthony Ayiomamitis
Dentro destes ricos e densos aglomerados, as estrelas disputam o espaço com milhares de vizinhos enquanto a radiação forte e os duros ventos estelares varrem o espaço interestelar, retirando materiais da formação planetária de estrelas próximas.

Parecem lugares improváveis para se encontrar planetas. No entanto, a 3000 anos-luz da Terra, no aglomerado aberto NGC 6811, os astrônomos descobriram dois planetas menores que Netuno em órbita de estrelas tipo-Sol. A descoberta, publicada na revista Nature, mostra que os planetas podem se desenvolver mesmo em grupos lotados recheados de estrelas.

"Os velhos aglomerados representam um ambiente estelar muito diferente do berço do Sol e de outras estrelas com planetas," afirma Soren Meibom do CfA (Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica), autor principal do artigo. "E pensávamos que talvez os planetas não poderiam facilmente formar-se e sobreviver nos ambientes estressantes dos aglomerados".

Os dois novos planetas apareceram em dados do telescópio Kepler da NASA. O Kepler caça planetas em trânsito, isto é, quando passam em frente das suas estrelas hospedeiras. Durante um trânsito, a estrela diminui de brilho, e esta diminuição depende do tamanho do planeta, permitindo a sua determinação. Kepler-66b e Kepler-67b têm menos de três vezes o tamanho da Terra, ou cerca de três-quartos do tamanho de Netuno.

Dos mais de 850 planetas conhecidos além do nosso Sistema Solar, apenas quatro - todos semelhantes ou maiores que Júpiter em massa - foram encontrados em aglomerados. Kepler-66b e Kepler-67b são os menores planetas já descobertos em aglomerados estelares, e os primeiros planetas em aglomerados que transitam as suas estrelas-mãe, o que permite a medição dos seus tamanhos.

Meibom e seus colegas estimaram a idade de NGC 6811 em um bilhão de anos. Kepler-66b e Kepler-67b, portanto, juntam-se a um pequeno grupo de planetas com idades, distâncias e tamanhos determinados com precisão.

Considerando o número de estrelas observadas pelo Kepler em NGC 6811, a detecção destes dois planetas implica que a frequência e propriedades dos planetas em aglomerados abertos são consistentes com as dos planetas em torno de estrelas de campo (estrelas que não pertencem a um aglomerado ou associação) na Via Láctea.

"Estes planetas são extremófilos cósmicos," afirma Meibom. "A sua descoberta mostra que planetas pequenos podem formar-se e sobreviver por pelo menos um bilhão de anos, mesmo num ambiente caótico e hostil."

Fonte: Space.com