quinta-feira, 30 de maio de 2013

Previsôes meteorológicas para Titã: Clima Selvagem

Se dois novos modelos estiverem correctos, a lua de Saturno, Titã, poderá passar por alguns fenómenos climáticos selvagens à medida que chega a Primavera e o Verão. Os cientistas pensam que à medida que as estações mudam no hemisfério norte de Titã, possam haver ondulações nos mares de hidrocarbonetos da lua, e que também poderão originar furacões nessas áreas. O modelo que prevê ondas tenta explicar dados da lua obtidos até agora pela sonda Cassini da NASA. Ambos os modelos ajudam os membros da equipa a planear quando e onde procurar por perturbações atmosféricas invulgares à medida que o Verão se aproxima de Titã.
"Se acha que é difícil prever o tempo cá na Terra, é ainda mais complicado em Titã," afirma Scott Edgington, cientista do projecto Cassini no JPL da NASA em Pasadena, Califórnia, EUA. "Sabemos que existem processos meteorológicos semelhantes aos da Terra neste mundo estranho, mas com diferenças devido à presença de líquidos estranhos como o metano. Estamos ansiosos que a Cassini nos diga se as nossas previsões meteorológicas estão correctas, à medida que continua a sua viagem pela Primavera de Titã até ao Verão no hemisfério Norte."
A região polar norte de Titã, adornada por vastos mares e lagos de hidrocarbonetos, estava escura quando a Cassini chegou ao sistema saturniano em 2004. Mas a luz foi subindo no hemisfério norte de Titã desde Agosto de 2009, quando o Sol atravessou o plano equatorial no equinócio. Cada estação em Titã dura cerca de 7 anos terrestres. Em 2017, no final da missão da Cassini, Titã vai estar perto do solstício a norte, no auge do Verão.
Desde que a Cassini observou dunas esculpidas por ventos em Titã, que os cientistas querem saber porque é que não viram ainda ondas nos lagos e mares. Uma equipa liderada por Alex Hayes, membro da equipa de radar da Cassini, da Universidade de Cornell em Ithaca, Nova Iorque, começou por determinar quanto vento seria necessário para gerar ondas. O novo modelo, publicado na revista Icarus, aperfeiçoa os anteriores ao ter em conta a gravidade de Titã, a viscosidade e tensão superficial do líquido de hidrocarbonetos nos lagos, e o rácio de densidade entre o ar e o líquido.

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